Harrison Ford, 82 anos, cancelou a participação na cerimônia do Oscar de 2025, que ocorre neste domingo (2/3), por problemas de saúde. O motivo, segundo um representante do ator informou à revista People, foi o diagnóstico de herpes-zóster.
A organização do Oscar foi comunicada sobre a ausência da estrela de Star Wars e Indiana Jones nesse sábado (1º/3), um dia após Ford ser diagnosticado com a doença.
O que é herpes-zóster
O herpes-zóster, também conhecido como “cobreiro”, é uma infecção causada pelo vírus varicela zoster, o mesmo da catapora. O Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) afirma que uma em cada três pessoas desenvolverão a doença em algum momento da vida.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o desenvolvimento da doença está associado a fatores como baixa imunidade, trauma local, câncer, cirurgias da coluna e sinusite frontal. O diagnóstico é mais comum em idosos devido à diminuição natural da imunidade com o passar dos anos.
Sintomas da herpes-zóster
O principal sintoma é o aparecimento de lesões na pele, que tendem a ocorrer do mesmo lado do corpo, geralmente no tronco, na face ou nos braços e pernas. Elas são acompanhadas por fortes dores que podem persistir por várias semanas ou meses após as feridas sumirem.
“As sensações de agulhadas, queimação, pontadas e dormência podem impactar o cotidiano com a família, o trabalho e também a convivência social. Além disso, em alguns casos, o herpes-zóster pode evoluir para um quadro de neuralgia pós-herpética, uma dor crônica, que dura pelo menos 90 dias e requer tratamento específico”, explica o infectologista Jessé Reis Alves, gerente médico de vacinas da GSK.
O surgimento de lesões no centro da face, na região do nariz e olhos, é preocupante porque elas podem se espalhar e levar à cegueira ou meningite. O quadro ainda pode ser acompanhado por parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento e pressão), ardor e coceira locais, febre, dor de cabeça e mal-estar.
Tratamento
O tratamento é feito com o uso de analgésicos e antivirais, que devem ser iniciados o quanto antes para limitar a extensão das feridas e a gravidade do quadro.
Prevenção
A vacinação contra o herpes-zóster é fundamental para prevenir os casos graves e as complicações. As pessoas que se vacinam reduzem significativamente o risco de desenvolver a doença e, em caso de infecção, geralmente, apresentam sintomas mais leves e de menor duração.
Existem dois imunizantes contra o herpes-zóster no mercado, o Zostavax, produzido pela MSD, e o Shingrix, da GlaxoSmithKline (GSK). A segunda é a versão mais moderna, com tecnologia recombinante, que usa pedaços do vírus que não são capazes de causar a doença. O imunizante não é administrado no sistema público de saúde.
A Shingrix é indicada para pessoas a partir dos 50 anos de idade e imunocomprometidos ou indivíduos com risco aumentado para herpes-zóster a partir de 18 anos. Ela deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de dois meses.
“Não existe maneira de prevenir o herpes-zóster a não ser por meio da vacinação. Além das lesões de pele, o maior risco é a neuralgia pós-herpética, uma dor extremamente intensa. Além de reduzir a ocorrência da doença, a vacina diminui a chance de essas dores surgirem”, explicou o infectologista André Bon, do Exame Medicina Diagnóstica, em entrevista anterior ao Metrópoles.
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