Início Saúde Casos de câncer de intestino devem crescer 21% no Brasil até 2040

Casos de câncer de intestino devem crescer 21% no Brasil até 2040

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O número de novos casos de câncer de intestino no Brasil deve aumentar 21% entre 2030 e 2040, segundo projeção da Fundação do Câncer. O tumor, também conhecido como colorretal, costuma estar associado a maus hábitos de vida (tabagismo, alimentação ruim, álcool e sedentarismo).

A previsão é que os casos passem dos 48 mil atuais para 58 mil diagnósticos em 2030 e para 71 mil em 2040. Segundo a Fundação do Câncer, o aumento de casos está ligado ao envelhecimento populacional e à difusão de hábitos pouco saudáveis, especialmente na alimentação.

O envelhecimento é chave, já que praticamente nove a cada dez casos da neoplasia ocorrem pessoas com mais de 50 anos.


Sinais de alerta do câncer de intestino

  • Presença de sangue na evacuação, seja de vermelho vivo ou escuro, misturado às fezes, com ou sem muco.
  • Sintomas irritativos, como alteração do hábito intestinal que provoca diarreia crônica e necessidade urgente de evacuar, com pouco volume fecal.
  • Sintomas obstrutivos, como afilamento das fezes, sensação de esvaziamento incompleto, constipação persistente de início recente e cólicas abdominais frequentes associadas a inchaço abdominal.
  • Sintomas inespecíficos, como fadiga, perda de peso e anemia crônica.

Aumento de câncer de intestino por região

Os pesquisadores também alertam que falta um sistema de rastreamento eficaz que permita detectar a doença precocemente e tratá-la em seus estágios iniciais — nessa etapa, não há sintomas específicos, mas as chances de cura total são superiores a 90%. A doença já figura entre os cinco tipos de câncer mais comuns no mundo.

A estimativa indica que as regiões Centro-Oeste (32,7%) e Norte (31,13%) terão os maiores aumentos, enquanto o Sudeste, apesar do menor percentual (18%), concentrará mais casos em números absolutos.

“Essas projeções não são apenas números para se ter em conta, mas um alerta para ampliar a prevenção. É fundamental reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento. E ainda fazer ações que impactam nos fatores sociais de prevenção à doença: mudanças no estilo de vida, com práticas saudáveis na alimentação, na atividade física e na redução de fatores de risco, incluindo tabagismo e consumo de carne processada”, afirma o diretor da Fundação, Luiz Augusto Maltoni.

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Também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso -chamada cólon -, no reto e ânus

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019

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O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado

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Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras

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Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)

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Doses de café pode reduzir em 30% risco de câncer de intestino

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Os sintomas mais associados ao câncer do intestino são: sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração das fezes e massa (tumoração) abdominal

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O diagnóstico requer biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio)

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O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas

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A cirurgia é, em geral, o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor

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A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino

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Além disso, deve-se evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame) e limitar o consumo de carnes vermelhas até 500 gramas de carne cozida por semana

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Falta de rastreamento organizado

Diferente da Europa e EUA, o Brasil não possui protocolo nacional para detecção precoce definido. “Nos modelos europeu e norte-americano, a indicação é de que o exame de colonoscopia seja feito a cada dez anos, a partir dos 50 anos de idade, para casos assintomáticos. Só com um sistema organizado poderemos melhorar os índices de mortalidade”, diz o epidemiologista Alfredo Scaff.

No Brasil, embora seja frequente a recomendação de proctologistas e gastroenterologistas por realizar os exames periodicamente, a prevenção costuma ser feita apenas com o exame de sangue oculto nas fezes, que deveria ser realizado anualmente nos check-ups, mas nem mesmo ele é feito com a constância recomendada.

“O melhor é que se faça o exame de sangue oculto, realizado durante os exames de fezes, pelo menos uma vez ao ano. Ele não indica necessariamente que há câncer, mas fornece informações sobre a necessidade de uma colonoscopia”, apontou a oncologista Maria Ignez Braghiroli, coordenadora do Comitê de Tumores Gastrointestinais Alto da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica) em entrevista anterior ao Metrópoles.

Os especialistas defendem políticas regionalizadas e investimento em conscientização. “É fundamental reduzir desigualdades no acesso ao diagnóstico”, afirma Maltoni. Mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada e redução do tabagismo, também são apontadas como medidas preventivas.

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