O líder de posseiros no Pará e da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil), Ronilson de Jesus Santos, foi assassinado a tiros, na última sexta-feira (18/4), no quintal de casa no município de Anapu, no sudoeste do estado.
Umas das principais lideranças locais ligadas à luta pela reforma agrária na região, Ronilson deixa esposa e três filhos pequenos. Ronilson morreu na mesma região onde foi assassinada a ativista Dorothy Stang.
Ao Metrópoles, a Polícia Civil do Pará (PCPA) informou que a Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) de Altamira apura as circunstâncias da morte de Ronilson. “Equipes trabalham para identificar e localizar os suspeitos de cometer o crime, bem como a motivação. Perícias foram solicitadas para auxiliar nas investigações”, diz nota.
Pelas redes sociais, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, lamentou o falecimento do agricultor. “A região é palco de conflitos entre agricultores e madeireiros. Estamos tomando providências para garantir que o crime não fique impune”, frisou.
O chefe da pasta conversou com o secretário de segurança do Pará, Ualame Machado, para pedir investigação do assassinato e proteção dos demais agricultores. Teixeira também deixou público seu pedido para a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, para que o assentamento e o acampamento do Vale do Pacuru sejam incluídos no Programa de Proteção de Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos.
O assentamento rural é localizado no mesmo município onde a missionária norte-americana e ativista Dorothy Stang foi assassinada em fevereiro de 2005.
Em nota de repúdio e solidariedade, a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Contraf), vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Anapu, manifestou profunda indignação pela morte de Ronilson.
“Reafirmamos nosso compromisso com a denúncia desse crime bárbaro e informamos que estamos tomando todas as medidas cabíveis para exigir a apuração rigorosa dos fatos e a punição dos responsáveis. A Contraf Brasil se junta às vozes do campo que gritam por justiça e pelo fim da violência contra os que lutam por um Brasil mais justo e solidário”.