Davi Alcolumbre (União-AP) completa um mês do seu segundo mandato à frente do Senado Federal neste sábado (1º/3). O amapaense foi eleito com amplo apoio, unindo em prol de sua candidatura partidos antagônicos como o Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, e o Partido Liberal (PL), de Bolsonaro.
Como de praxe em anos anteriores, o primeiro mês do ano legislativo não teve grandes movimentações na Casa, que costuma iniciar de fato os trabalhos apenas depois do feriado de Carnaval. Ao contrário da Câmara dos Deputados, o Senado instalou as comissões permanentes e elegeu os novos presidentes, mas realizou apenas uma sessão plenária, que aprovou o pagamento de restos a pagar não processados, indicados desde 2019.
Alcolumbre usou os primeiros dias da nova gestão para consultar os senadores sobre as prioridades de cada bancada e terminar de costurar os acordos para as presidências das comissões, iniciados ainda durante a campanha pela presidência. Também se dedicou a reforçar o compromisso com pautas do governo federal e em construir uma relação mais harmoniosa com o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Depois de serem eleitos ambos com o apoio da maior parte dos partidos, os dois novos presidentes do Congresso Nacional têm reforçado o discurso em busca de pautas de consenso. Motta e Alcolumbre tentam controlar os embates entre governo e oposição e dispersar o debate de temas mais polêmicos, como a anistia para condenados por participação ou financiamento dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.
O senador amapaense também articulou o acordo entre os Três Poderes para destravar a liberação das emendas parlamentares, bloqueadas após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flavio Dino, que exigiu transparência e rastreabilidade. A solução do entrave é necessária para dar andamento à votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, que deveria ter sido concluída no ano passado.
Na última quarta (26/2), Dino homologou o plano de trabalho criado para resolver a situação. O plenário da Suprema Corte referendou a decisão do ministro.