À espera de uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a próxima indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ainda sonha com a possibilidade de ser o escolinho, mas não descarta a hipótese de concorrer ao governo de Minas Gerais no próximo ano.
Segundo pessoas próximas a Pacheco confirmaram ao Metrópoles, uma possível indicação dele ao STF seria uma forma de Lula reconhecer e demonstrar gratidão ao congressista em relação à sua conduta como aliado do Planalto, em especial durante a campanha presidencial de 2022, e pela “manutenção da democracia no país” na época em que esteve à frente do Congresso Nacional.
Entretanto, a ida do senador à Suprema Corte esbarra na preferência do petista para a vaga. Fontes ligadas a Lula afirmam nos bastidores que o chefe do Planalto já se decidiu pelo nome do Advogado-Geral da União, Jorge Messias. O AGU também é o preferido da base de Lula, que, nos bastidores, faz campanha para sua indicação.
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No último mês, Lula chegou a se reunir com Messias e lideranças religiosas, além de ministros da sua base. A ação foi vista como um claro sinal de que a escolha pelo novo ministro do STF estava feita. A expectativa era que Lula anunciasse o AGU como novo ministro do Supremo antes da viagem à Ásia em outubro, o que não aconteceu.
Governistas afirmam que o motivo do adiamento seria a possibilidade de rejeição de Messias pela Casa Alta. O presidente pretende preparar melhor o terreno para garantir que o nome de seu escolhido seja chancelado pelo Senado.
Aliados de Pacheco garantem que Lula terá que trabalhar muito para isso. Se Messias é o preferido do presidente para a vaga deixada no STF no último mês pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso, Pacheco é o favorito dos senadores.
Ainda segundo fontes, tanto Pacheco quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não pretendem “atrapalhar” Messias caso Lula oficialize a escolha. Porém, não devem fazer esforço para ajudar.
Alcolumbre ainda tenta articular, junto a Lula, a ida de Pacheco para a Suprema Corte. O parlamentar teria, inclusive, aproveitado a agenda durante a COP30, quando esteve com Lula, para reforçar o nome de seu aliado para a vaga de ministro.
Eleições 2026
De olho nas eleições de 2026, Lula começou defender fervorosamente a candidatura de Pacheco ao governo mineiro nas próximas eleições. O senador seria fundamental para a campanha do petista à reeleição, visto que Minas é um dos colégios eleitorais mais importantes.
No entanto, o mineiro espera a decisão de Lula sobre a vaga no STF para decidir seus próximos passos na política. A proposta do chefe do Executivo de apoá-lo na disoita em Minas é vista por aliados como um “presente de grego” ao parlamentar.
Caso se decida pela disputa ao Executivo estadual, o senador deve deixar o Partido Social Democrático (PSD). Pelo menos três partidos, como União Brasil (União), Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e Partido Socialista Brasileiro (PSB), estariam no radar.
Pacheco não pensa em disputar um terceiro mandato como senador caso não seja indicado para a vaga ao STF e não receba garantias para concorrer a governador de Minas.


