Golpes financeiros digitais estão se tornando uma ameaça cada vez mais presente na vida das pessoas, e suas consequências não se limitam apenas ao aspecto financeiro, mas também têm um impacto significativo na saúde mental das vítimas. Embora não envolvam violência física, esses crimes podem deixar sequelas emocionais profundas.

De acordo com dados da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, Ordem Tributária e Fraudes (Corf), no Distrito Federal, houve um aumento alarmante de 28% no número de ocorrências desse tipo em 2023. Muitos desses golpes são realizados por meio de armadilhas online, explorando a ingenuidade ou a falta de conhecimento das vítimas.

O relato de Lara (nome fictício), uma autônoma de 63 anos, ilustra bem a facilidade com que alguém pode cair nesse tipo de golpe. Mesmo ela, que costumava questionar como as pessoas poderiam ser enganadas, acabou se tornando uma vítima. Ao receber uma ligação supostamente do seu banco, informando sobre uma compra suspeita em sua conta, Lara acabou fornecendo informações sensíveis sob a pressão do momento.

Minutos depois, quando recebeu outra ligação, desta vez do verdadeiro banco, já era tarde demais. Todas as suas economias, quase R$ 70 mil, haviam sido transferidas pelos golpistas. O impacto emocional desse evento foi profundo, e Lara agora enfrenta não apenas a batalha para recuperar seu dinheiro, mas também a angústia e a desconfiança que esse incidente deixou.

É importante reconhecer que as vítimas de golpes financeiros digitais não sofrem apenas perdas materiais, mas também enfrentam uma série de consequências psicológicas. Sentimentos de vergonha, culpa, ansiedade e até mesmo depressão podem surgir após uma experiência traumática como essa. Além disso, a sensação de violação de privacidade e segurança pode perdurar por muito tempo, afetando a confiança da vítima em si mesma e nas instituições financeiras.

Diante desse cenário, é fundamental que as autoridades reforcem medidas de prevenção e investigação desses crimes, ao mesmo tempo em que é essencial oferecer apoio psicológico adequado às vítimas. Educação financeira e digital também são ferramentas importantes na luta contra os golpes, ajudando as pessoas a reconhecerem e evitarem situações de risco.

Em última análise, combater os golpes financeiros digitais não é apenas uma questão de proteger o patrimônio das pessoas, mas também de preservar sua saúde mental e bem-estar emocional.