Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) afirmou que a culpa da nova alta na taxa Selic, anunciada nesta quarta-feira (19/3) pelo Banco Central, é de Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro (PL) que presidiu a instituição até dezembro. Este é o segundo aumento sob a gestão de Gabriel Galípolo, que chegou ao comando do BC por indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Entendemos que a decisão de dezembro, tomada por Roberto Campos Neto, já deixou pré-fixado dois aumentos de 1% na Selic. Esse guidance deixou amarrado o BC”, afirmou Lindbergh, crítico à gestão anterior. O líder do PT disse que esta “política monetária é um equívoco com impactos nefastos para a economia brasileira e também para a questão fiscal no nosso país”.
De acordo com o parlamentar, “cada 1% a mais na taxa básica de juros” gera um aumento de “gastos com juros da dívida de algo em torno de R$ 50 bilhões”. O líder do partido do presidente Lula ainda reclamou: “o mercado defende ajuste fiscal, mas ao mesmo tempo pressiona por uma política monetária que causa um verdadeiro rombo nas contas públicas”.
“Tivemos uma desaceleração da economia no último trimestre de 2024, com redução de 1 ponto percentual no consumo das famílias. Nós vamos insistir na necessidade urgente de rever essa política monetária e iniciar uma trajetória consistente de queda dos juros”, completou Lindbergh.
A taxa Selic determina o piso da cobrança de juros no Brasil. O governo Lula defende uma diminuição do número, pois isso facilita o pagamento da dívida pública e estimula investimentos, o que aquece a atividade econômica.