A inglesa Maria Paszkiewicz, de 76 anos, morreu em abril de 2024 apenas três dias após receber o prognóstico de que seu câncer de intestino havia avançado para os órgãos vizinhos. Por meses, o único sintoma que ela teve foi tratado como algo menor pelos médicos que a atenderam.
No fim de 2022, Maria começou a reclamar de alterações em seus hábitos intestinais. Ela passou a ir ao banheiro com grande frequência e muitas vezes sentia urgência súbita de evacuar.
Presença de sangue na evacuação, seja vermelho vivo ou escuro, misturado às fezes, com ou sem muco.
Sintomas irritativos, como alteração do hábito intestinal e que provoca diarreia crônica e necessidade urgente de evacuar, com pouco volume fecal.
Sintomas obstrutivos, como afilamento das fezes, sensação de esvaziamento incompleto, constipação persistente de início recente, cólicas abdominais frequentes associadas a inchaço abdominal.
Sintomas inespecíficos, como fadiga, perda de peso e anemia crônica.
Um único sintoma
Os médicos acreditavam que Maria havia desenvolvido uma intolerância alimentar. A idosa precisou insistir e apenas na terceira consulta foi pedido um exame de sangue para avaliar a saúde dela: o teste já apontou indícios do tumor.
A confirmação do câncer de intestino veio apenas em agosto de 2023, mas a doença já estava localmente avançada. Os médicos prescreveram quimioterapia intensa, mas o câncer continuou avançando e se espalhou para o fígado e para os órgãos ao redor.
Maria morreu três dias após a descoberta de que seu tumor era terminal. Ann-Marie, a filha, decidiu correr maratonas em sua homenagem
Morte dias após o diagnóstico
Em abril de 2024, ao receber mais um diagnóstico de que a doença seguia avançando, a família soube que Maria tinha apenas de três a seis meses de vida. No entanto, três dias depois, ela morreu.
“Estávamos fazendo contas e pensando o que podíamos fazer, mas logo após esse prognóstico devastador, ela faleceu, deixando-nos totalmente chocados”, diz Anne-Marie, filha de Maria, em uma campanha de arrecadação de fundos para a pesquisa do câncer de intestino.
Após a perda, Anne-Marie decidiu transformar a dor em ação. Corredora experiente, ela decidiu correr duas maratonas em homenagem à mãe. As provas, em Boston e Londres, acontecerão com apenas seis dias de intervalo, marcadas para segunda e domingo próximos.
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Também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso -chamada cólon -, no reto e ânus
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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019
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O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado
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Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras
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Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)
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Doses de café pode reduzir em 30% risco de câncer de intestino
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Os sintomas mais associados ao câncer do intestino são: sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração das fezes e massa (tumoração) abdominal
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O diagnóstico requer biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio)
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O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas
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A cirurgia é, em geral, o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor
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A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino
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Além disso, deve-se evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame) e limitar o consumo de carnes vermelhas até 500 gramas de carne cozida por semana