O deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) encerrou nesta quinta-feira (17/4) a greve de fome, após mais de 200 horas. O fim do protesto na Câmara dos Deputados ocorreu após acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O paraibano confirmou um acordo político para impedir, por no mínimo 60 dias, votação em plenário da denúncia que pode levar à perda de mandato do psolista. A iniciativa foi costurada por Motta junto ao líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ) e à deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP), esposa de Glauber.
“Estou suspendendo a greve de fome anunciada há nove dias. Essa suspensão, depois de dialogar com os movimentos, de conversar muito na reunião, vem depois de um compromisso assumido pelo presidente da Câmara, após uma articulação de diversos parlamentares, Sâmia [Bomfim], Lindbergh [Farias] e Talíria [Petrone], e diversos outros. Ele então dá a sinalização e publica, na prática, suspendendo a deliberação no plenário neste semestre”, disse Glauber.
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O deputado estava dormindo na sala onde ocorreu a sessão do Conselho de Ética desde a última quarta-feira (9/4), quando o colegiado aprovou a cassação do seu mandato. A perda do cargo, porém, dependeria ainda de votação favorável no plenário, o que precisaria ser pautado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O Conselho de Ética aprovou a cassação do mandato do parlamentar por 13 votos a 5. O processo alega que Glauber quebrou o decoro parlamentar ao expulsar da Câmara, com chutes, o militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, em abril de 2024. O parlamentar alega que ele sofre perseguição por ser adversário do ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Por recomendações médicas, Glauber passará por um protocolo para transição da greve de fome para a alimentação normal. Durante o período sem se alimentar, o deputado perdeu mais de cinco quilos, segundo sua equipe. Ele ingeriu apenas água, soro e isotônico.