Um dentista proprietário de uma clínica odontológica, na área central de Brasília, foi preso preventivamente por abusar sexualmente de várias pacientes e funcionárias do estabelecimento. Pelo menos quatro mulheres denunciaram terem sido vítimas do profissional, que chegou a ser indiciado por estuprar uma paciente quando ela estava deitada na cadeira de atendimento, ainda em 2012.
Todos os relatos são categóricos em afirmar que o dentista tinha o costume de beijar, “dar tapas na bunda” das mulheres e tentar beijá-las à força. O suspeito foi detido por equipes da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), na tarde desta segunda-feira (24/3).
De acordo com as investigações, em outubro do ano passado, ao finalizar o atendimento de uma paciente, o dentista deu dois tapas na bunda da mulher, sem seu consentimento. Assustada e sem reação, a vítima deixou o consultório. Ela retornou dois meses depois para finalizar o atendimento e foi novamente atacada. Na ocasião, o agressor tentou beijá-la, mas a vítima virou o rosto.
Violento, o dentista puxou a mulher e, usando a força, cheirou o pescoço e apertou a bunda dela chamando-a de “boazuda”. A paciente empurrou o profissional e deixou a clínica correndo.
Uma funcionária da clínica também passou pelo menos quatro anos sendo assediada pelo dentista, sempre com “passadas de mão” pelo corpo dela. Como método de defesa, a vítima passou a gritar quando o dentista começava com os assédios e contato físico. Os ataques ocorriam sempre quando o profissional estava a sós com as vítimas dentro do consultório. Outra funcionária foi agarrada à força pelo dono do consultório.
Veja imagens do dentista sendo preso:
Mais vítimas
Investigadores da 5ª DP ainda identificaram o caso de uma mulher que procurou a clínica, no ano passado, em desespero. A mulher alegava que sua filha havia sido abusada pelo dentista durante o atendimento. À polícia, a jovem contou que o dentista costumava elogiá-la de forma exagerada provocando desconforto e constrangimento. Em certo dia, ao final de um atendimento de rotina, a paciente se levantou da cadeira e o profissional passou a mão e deu um tapa em sua bunda, sem seu consentimento.
A jovem relatou não ter conseguido esboçar reação na hora do ataque, pois não acreditava no que havia acontecido, só tendo processado o ocorrido após conversar com sua mãe, que procurou as autoridades. A polícia identificou que o dentista mantinha o mesmo padrão de ataque, sempre iniciando os assédios sexuais verbalmente, fazendo comentários sobre a aparência das vítimas e dissimulando por meio de brincadeiras e “elogios”.
O agressor realizava os assédios sexuais físicos em momentos em que se encontrava sozinho com a vítima, de forma que a mulher estivesse mais vulnerável e não existissem testemunhas. O criminoso também se aproveitava das vítimas, fosse pela relação chefe-funcionário, dentista-paciente, ou pelo fato de as mulheres serem pelo menos 20 anos mais jovens que o suspeito, desigualando ainda mais a relação de poder.