O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o mais votado nas eleições de 2022, se tornou um padrinho político no pleito eleitoral deste ano. Conseguiu fazer vereadores com muitos votos, porém, no domingo (27/10), amargou derrota nas duas capitais onde marcou presença e atuou como cabo eleitoral no segundo turno.
O fracasso mais sentido foi em seu próprio reduto eleitoral: Belo Horizonte. Antes de ser deputado federal, o parlamentar foi vereador na capital de Minas Gerais. Apesar de todo seu esforço na campanha de Bruno Engler (PL) contra o prefeito Fuad Noman (PSD), o candidato do PL saiu derrotado das urnas.
Fuad havia ficado em segundo lugar no primeiro turno, mas com o apoio de partidos de esquerda no segundo turno, reverteu a disputa, e foi reeleito prefeito com 53% dos votos válidos. Engler teve 46%.
Na semana da reta final da campanha de segundo turno, Nikolas chegou a acusar o prefeito reeleito de escrever um “livro pornográfico”. A obra “Cobiça” foi lançada por Fuad em 2020. O protagonista narra ter sido vítima de uma tentativa de estupro quando tinha 12 anos.
Posteriormente, a Justiça determinou que o deputado retirasse as acusações contra o prefeito que envolvessem o livro do ar por entender que houve “divulgação de informações descontextualizadas e inverídicas”.
Fortaleza é outra derrota para Nikolas
Além de ver seu candidato derrotado em Belo Horizonte (MG), Nikolas também chamou para si outro revés ao entrar publicamente na campanha para a prefeitura de Fortaleza (CE). Lá o candidato era um colega do mineiro na Câmara dos Deputados, o deputado André Fernandes (PL).
Nikolas viajou à capital do Ceará nos dias que antecederam o segundo turno e subiu no palanque de Fernandes, que apostava no colega parlamentar para angariar mais apoio nas urnas.
No fim da disputa, o candidato Evandro Leitão (PT) foi eleito com 50,3% dos votos, derrotando André Fernandes (PL), que ficou com 49,6%, uma diferença de 0,7%. Na prática, a diferença de votos foi de 10.838 votos.
Fortaleza (CE) teve o segundo turno mais acirrado entre as capitais do país e repetiu a divisão vista na eleição presidencial de 2022. Assim como naquele pleito, PT e PL disputaram voto a voto, e o bolsonarismo e o petismo apostaram todas as suas fichas em seus candidatos.