Pesquisadores de uma colaboração entre China, Estados Unidos e Japão desenvolveram um implante peniano impresso em 3D que restaurou a função erétil em porcos e coelhos.
Pela primeira vez, o procedimento não só recuperou ereções, mas também aumentou a taxa de sucesso na reprodução de porcos com danos no tecido peniano, passando de 25% para 100%.
O pênis possui uma das estruturas de rede vascular mais complexas do corpo. O estudo, publicado em 4 de março na Nature Biomedical Engineering, apresenta um novo modelo fisiológico capaz de reproduzir ereções em grandes animais vivos e pode ser um passo importante para tratar disfunções penianas em humanos.
Os cientistas imitaram o corpo cavernoso, o tecido esponjoso que enche de sangue durante a ereção, criando uma estrutura à base de hidrogel. O material é forte o suficiente para suportar a pressão interna quando se enche de sangue. Além disso, os pesquisadores semearam a estrutura com células endoteliais (ECs) de porco ou coelho, que revestem os vasos sanguíneos e ajudam a restaurar a função e regeneração dos tecidos.
Nos testes, alguns animais receberam o implante de pênis artificial sem as células endoteliais, enquanto outros ganharam o implante com as células. Os resultados mostraram que os animais tratados com as células apresentaram uma recuperação funcional significativamente melhor, aproximando-se dos resultados de animais sem disfunção erétil.
Avanços potenciais no tratamento de lesões penianas
A fertilidade dos animais também foi restaurada. Porcos machos que receberam o implante com ECs conseguiram engravidar todas as fêmeas com as quais acasalaram.
Além disso, os porcos que passaram pelo procedimento apresentaram baixos níveis de inflamação e, à medida que a estrutura de hidrogel se degradava, um novo tecido se formava no local do defeito.
O modelo de pênis impresso em 3D pode representar um avanço no tratamento da disfunção erétil humana, especialmente em casos de cicatrização nos tecidos mais profundos do pênis, que podem causar ereções dolorosas.
Os pesquisadores também destacam o potencial do modelo para o desenvolvimento de outros órgãos artificiais ricos em vasos, como o coração.
“Essas descobertas ressaltam as potenciais aplicações clínicas do corpo cavernoso biomimético para o tratamento de lesões penianas. Além disso, o estudo avança na aplicação clínica de órgãos de tecido artificial impressos em 3D”, afirmam os autores no artigo.
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