O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) marcou para o próximo dia 13, uma quinta-feira, o julgamento de dois réus acusados de matar o congolês Moïse Kabagambe. Ele foi assassinado em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), o crime foi cometido em 24 de janeiro de 2022, por volta de 21h30. A família de Moïse diz que o motivo da morte foi uma cobrança, realizada pela vítima, por um pagamento atrasado. O caso teve muita repercussão à época.
Conheça a história de Moïse
Moïse veio para o Brasil quando tinha apenas 11 anos. O assassinato aconteceu quando ele já havia completado 25 anos.
O jovem veio para o Brasil com o objetivo de fugir de uma guerra no Congo. Três anos após sua chegada, a mãe dele também veio para cá.
Um dos presos pelo crime afirmou que as agressões ocorreram porque Moïse estava “perturbando.”
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O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi morto na segunda-feira (24/1), próximo a um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro
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Para escapar da violência e da fome no Congo, Moïse se mudou para o Rio de Janeiro em fevereiro de 2011, quando ainda era criança. Três anos depois, a mãe também passou a viver na capital fluminense
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Moïse trabalhava como garçom, servindo mesas na praia, e recebia por diárias, em quiosque próximo ao Posto 8 da praia da Barra, na zona oeste da capital
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Moïse Kabagambe foi morto a pauladas, no final de janeiro, no quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca
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Imagens da câmera de segurança do estabelecimento mostram Moïse conversando com funcionários do quiosque. Em determinado momento, os ânimos se acirraram, e um dos homens pega um pedaço de madeira. Moïse tenta se defender com uma cadeira
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O homem que ameaçou Moïse deixou o local e, momentos depois, retornou com outras cinco pessoas, que amarraram os pés e as mãos do rapaz, e o espancaram até a morte
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Segundo testemunhas, o jovem foi agredido por, pelo menos, 15 minutos. Pedaços de madeira e um taco de beisebol foram usados para desferir os golpes contra ele. Policiais encontraram o corpo de Moïse, amarrado e já sem vida, em uma escada
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Familiares do congolês só souberam da morte quase 12h depois do crime, na terça-feira (25/1). O jovem foi enterrado no Cemitério de Irajá, na zona norte da cidade
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Os familiares também atribuem o crime ao racismo e à xenofobia, que é o preconceito contra estrangeiros. Além disso, eles denunciaram que, quando foram retirar o corpo do jovem no Instituto Médico-Legal (IML), a vítima estaria sem os órgãos
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Perícia realizada pelo IML indicou que Moïse tinha várias “áreas hemorrágicas de contusão” e também vestígios de broncoaspiração de sangue. Testemunhas afirmaram que a vítima implorou para que não o matassem
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Até o momento, oito pessoas já foram ouvidas por agentes da Polícia Civil. Segundo a família, cinco investigados estavam envolvidos no assassinato de Moïse
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Na terça-feira (1º/2), um dos funcionários do quiosque se apresentou na delegacia e confessou ser um dos agressores. Segundo ele, os suspeitos tentaram evitar que o trabalhador agredisse um idoso, mas ninguém devia salário para a vítima
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Em nota ao Metrópoles, a Polícia Civil afirma que periciou o local e analisou imagens de câmeras de segurança. As diligências estão em andamento para identificar os autores
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Respondem por homicídio qualificado Fabio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca. O réu Brendon Alexander Luiz também responde pelo crime, mas ainda não teve o julgamento marcado.
Ainda conforme a denúncia do MP-RJ, o trio cometeu homicídio com crueldade e tratou Moïse como se fosse “um animal peçonhento”. Na vítima, foram desferidos golpes com um taco de beisebol, socos, chutes, além de tapas.
Na denúncia também está expresso que o crime foi praticado por motivo fútil, motivado por uma discussão, e foi utilizado recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Durante as agressões que levaram à morte de Moïse, o jovem estava no chão e imobilizado, enquanto era espancado. Ele também teve os pés e as mãos amarrados. (Com informações da Agência Brasil)