Inicialmente cercada por mistério, a morte do jornalista Cristiano Luiz Freitas, 46 anos, começa a ter respostas com o decorrer da investigação policial. Já se sabe, por exemplo, que o garoto de programa Jonathan Barros Cardoso (foto em destaque), 27, é considerado o principal suspeito do crime, ocorrido na terça-feira (4/3), em Curitiba (PR).
Jonathan foi preso nessa quinta-feira (6/3), em um flat na capital paranaense. Câmeras de segurança flagraram o rapaz entrando e saindo da casa de Cristiano no dia do crime.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná (PCPR), o garoto de programa é investigado por crimes de roubo e extorsão. Ele marcava encontros com outros homens por aplicativos de relacionamento e redes sociais e passava a extorquir os alvos.
Ao menos seis pessoas já foram vítimas de Jonathan, segundo a PCPR. Somente em fevereiro deste ano, foram registradas duas ocorrências contra o garoto de programa, que chegou a ser preso em flagrante em 2024, durante um roubo, mas acabou solto posteriormente.
A defesa dele negou que o crime contra o jornalista Cristiano Freitas tenha sido de latrocínio — roubo seguido de morte. “O que ocorreu, de fato, foi um desentendimento, dentro do contexto de um serviço sexual contratado pela vítima”, afirma advogado Valter Ribeiro Júnior. “Houve uma discussão acalorada e, posteriormente, um embate físico que, infelizmente, terminou na morte do jornalista.”
Amordaçado e amarrado
Cristiano Luiz Freitas foi encontrado morto em casa, no bairro Jardim das Américas, em Curitiba (PR), na tarde de terça-feira (4/3), feriado de Carnaval. Os vizinhos acionaram a Polícia Militar do Paraná (PMPR) quando ouviram gritos de socorro e viram que um carro saiu do imóvel do jornalista.
O portão da casa ficou aberto e, quando a polícia chegou, encontrou Cristiano já morto, com as mãos amarradas e amordaçado com uma fita que cobria a boca e o nariz.
Cristiano trabalhava como produtor de conteúdo, roteirista, assessor de imprensa, produtor cultural, revisor e editor. O jornalista trabalhou por anos na Gazeta do Povo. Ele também foi o editor responsável pelo Gazetinha e pelo caderno FUN, ambos do periódico paranaense.
No Linkedin, Cristiano se apresentava também como especialista em cinema, atuando com projetos destinados ao público infantojuvenil há mais de 20 anos. Algumas iniciativas foram premiadas com o Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo e outras tiveram destaque nacional.