Às vésperas do início da terceira rodada do Campeonato Carioca, não são só os números da tabela que devem alertar os grandes clubes do Rio. A pouca presença de público nos estádios também deve estar no radar dos dirigentes dos principais times.
Baixo público, baixa arrecadação. Os boletins financeiros da Federação de Futebol do Rio de Janeiro apontam que, até aqui, os clubes têm tido que pagar para jogar no estado. O ponto fora desta curva é o Flamengo, que levou seus dois primeiros jogos para outros estados e conseguiu atrair a torcida e encher os cofres.
O Botafogo, que fez uma boa campanha em 2023 e deixou o título do Brasileiro escapar nas rodadas finais, ainda não encantou o torcedor nesta temporada. Na estreia do time em 2024, no Nilton Santos, cerca de 7.800 expectadores assistiram o time fazer 1×0 no Madureira. Na vitória da segunda rodada, contra o Bangu por 2×0, o público foi ainda menor: 6.474 pessoas.
Atual campeão da Libertadores, o Fluminense, levou pouco mais de 9 mil torcedores ao estádio, somando os dois primeiros jogos. O empate com o Volta Redonda, na primeira rodada, por 1×1 contou com 4.768 expectadores. Na sequência, a vitória contra a Portuguesa por 2×1, teve público de 4.388 pessoas.
O Vasco somou até aqui 18.584 expectadores. Foram 15.310 ingressos vendidos para o jogo contra o Boa Vista e 3.274 contra o Sampaio Corrêa.
O Cruzmaltino tem dois compromissos fora do Rio de Janeiro até o fim do mês. No dia 28 de Janeiro, enfrenta o Bangu em Brasília. No dia 31, é a vez de Nova Iguaçu x Vasco jogarem em Uberlândia, em Minas Gerais, em mais uma realização do Metrópoles Sports.
A cinco dias do jogo na capital federal, a venda de ingressos já superou a média de público que o Cruzmaltino registrou nas duas primeiras rodadas. Até a manhã desta quarta-feira (23/1), mais de 11 mil torcedores já haviam garantido ingresso para o confronto contra o Bangu, pela quarta rodada.
A expectativa é de que o público na Arena BRB Mané Garrincha chegue a 20mil pessoas. Em Uberlândia, a marca deve chegar a 25 mil.
Arrecadação negativa
Os três times amargam prejuízo na soma duas primeiras rodadas, segundo documentos da FERJ. Para o Botafogo, o saldo negativo ultrapassa os R$ 230 mil. Para o Fluminense, a perda chega aos R$ 110 mil reais. O Vasco teve de desembolsar R$ 20 mil até aqui.
Enquanto isso, nos jogos que serão realizados em outras cidades, os clubes, tanto o grande quanto o clube formador, terão lucro. Para o Vasco, a receita será de R$ 1 milhão. Já Bangu e Nova Iguaçu vão embolsar R$ 200 mil cada.
Nacionalização da imagem
Jogos fora do estado de origem dos clubes, sejam eles pelo Campeonato Carioca ou por qualquer outra competição, fazem parte também de um esforço para nacionalizar a imagem dos times. Iniciativas como essa aproximam a instituição e o elenco de torcedores de outras cidades, e até de outros países. E também são financeiramente vantajosas, já que alavancam a venda de camisas e produtos licenciados.
